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Vista da praia com a vegetação jundu, Década de 50, Praia Grande, São Paulo, Brasil

  • Foto do escritor: Fotografia e Nostalgia
    Fotografia e Nostalgia
  • 21 de abr.
  • 3 min de leitura

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Vista da praia com a vegetação jundu, Década de 50, Praia Grande, São Paulo, Brasil

Praia Grande - SP

Fotografia


Alguma vez você já foi a uma praia e se deparou com um “mato” invadindo a areia? Uma planta de folhas verdes, grossas, coriáceas, flores bonitas e umas raízes que parecem rastejar no chão formando uma trama? É possível que você tenha até se incomodado com essa cena, achando que a praia estava mal cuidada, precisando de uma limpeza. Pois saiba que você teve sorte: o que você viu foi o jundu, vegetação típica do litoral, cujas espécies estão ameaçadas de extinção.

O nome jundu é de origem indígena, "jun’du" ou "nhun’du", que significa “vegetação rasteira próximo à praia”. O jundu é o nome popular de uma vegetação formada por gramíneas e arbustos que medem até 1,50 m de altura e integra a mata de restinga, ecossistema pertencente ao bioma Mata Atlântica.

O primeiro benefício do jundu é a sua beleza. Apesar de seu aspecto frágil, ele é muito resistente ao sol, às marés e ao vento, e nos presenteia com folhas sempre bem verdes e uma variedade de flores e frutos coloridos.

Formado por plantas comestíveis, medicinais, ornamentais e frutíferas, protegê-lo é proteger a biodiversidade local. Além disso, esta flora diversa é uma ótima fonte de alimento e abrigo para insetos, aves, répteis, entre outros habitantes da zona costeira.

Ele também serve como uma barreira natural que ajuda a evitar o avanço das marés, especialmente em épocas de ressaca, assim como ajuda também a evitar o avanço da areia da praia sobre a cidade.

Ainda, por possuir raízes bastante ramificadas, essa vegetação ajuda a evitar a erosão das praias, segurando os grãos de areia ao fixar suas raízes. Isso é muito importante para que a areia fique estável e que não seja carregada para o mar com as marés altas. Esta movimentação de areia indevida cria bancos de areia no assoalho marinho, o que é capaz de mudar o padrão de ondas do mar. Há até mesmo relatos de surfistas do litoral norte de São Paulo que perceberam a alteração na formação das ondas em praias que sofrem com a devastação do jundu.

A permanência do jundu em algumas praias pode evitar inclusive catástrofes como desbarrancamentos de estradas e de construções.

O jundu corre perigo de extinção. Ao longo dos anos ele foi sendo destruído para abertura de ruas e estradas e construções à beira-mar, como casas, prédios, calçadões e quiosques de alvenaria.

A própria falta de conhecimento sobre ele pela população torna a sua existência ainda mais vulnerável. Por exemplo, você já se perguntou por que não se pode entrar com carros na praia? Proteger o jundu é um dos principais motivos! Aliás, quando você se depara com placas de aviso sobre não pisar em determinadas áreas da praia, muito provavelmente significa que já há ali projetos em andamento para a recuperação ambiental do jundu.

Hoje, o jundu é protegido por lei e qualquer dano a ele, sem prévia autorização pelos órgãos competentes, pode e deve ser denunciado.

E agora você já sabe: a próxima vez que encontrar esse “mato” adentrando na sua praia, anime-se e aproveite! A presença do jundu é um dos indicadores de praias ecologicamente equilibradas e em bom estado de preservação. Texto de Juliana De Lucca, Filipe Guilherme Ramos Costa Neves, Raphaela A. Duarte Silveira e Douglas F. Peiró.

Nota do blog: Data década de 50 / Autoria não obtida.


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