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Retirantes nordestinos: existem pessoas em uma multidão? - Artigo

  • Foto do escritor: Fotografia e Nostalgia
    Fotografia e Nostalgia
  • 23 de out.
  • 1 min de leitura
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Retirantes nordestinos: existem pessoas em uma multidão? - Artigo

Artigo



A fotografia, enquanto registro e forma de expressão artística, desenvolveu-se junto com a sociedade de massas. Logo, a ideia de multidões aglomeradas nos novos centros urbanos surgiu relativamente cedo pelas lentes dos fotógrafos.

De forma geral, para os observadores da época, a imagem da nova massa urbana remetia ao descontrole, à democracia e ao medo — era o oposto da sociedade personalista e individual, de tipo aristocrático, que existia na Europa até então.

Assim, na forma como representamos uma multidão, existe a vontade implícita de diluir pessoas e identidades. A escolha por representações coletivas, portanto, não é gratuita: define que grupo pode, ou não, ter sua individualidade representada.

No caso dos retirantes nordestinos, as fotos do post permitem observar o mesmo mecanismo. Os migrantes dessa região do país são representados de forma agrupada, como uma massa disforme de miseráveis que fogem da seca. Existe, em certo sentido, uma perspectiva de animalização: apresentam-se como uma manada, cercada em currais/paus de arara, sem elementos que os caracterizem como personalidades individuais.

Mesmo quando retratados sozinhos ou em pequenos grupos, como na criança da última foto, os indivíduos parecem reduzidos à sua condição de migrantes e miseráveis. Tornam-se símbolos, estigmas, para uma audiência do Sudeste curiosa e desconfiada em relação à nova onda de migração interna — invocam um senso de inferioridade, de piedade. Texto de Francisco Pedrosa.

Nota do blog: Data e autoria das imagens não obtidas.


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