Posto da assistência policial do Brás / Presídio do Hipódromo, Década de 40, Brás, São Paulo, Brasil
- Fotografia e Nostalgia

- 6 de nov.
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Atualizado: 6 de nov.

Data década de 40 - Autoria não obtida.

Data 25/01/1973 - Governador Laudo Natel inaugurando obra de reforma no Presídio do Hipódromo - Autoria não obtida.

Data 2010 - Crédito para Google Maps.

Data 2017 - Crédito para Google Maps.

Data 2023 - Crédito para Google Maps.

Data 2024 - Crédito para Google Maps.
Posto da assistência policial do Brás / Presídio do Hipódromo, Década de 40, Brás, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Em São Paulo, diversos presídios e cadeias tornaram-se marcos históricos conhecidos
dos paulistanos. Ainda que suas histórias revelem capítulos dolorosos, tais espaços fazem parte da memória coletiva e ajudam a compreender o passado social e político da cidade. Enquanto o Carandiru e o Presídio Tiradentes foram demolidos, o Presídio do Hipódromo ainda resiste, embora ameaçado pela especulação imobiliária e pelo abandono.
Construído entre o final da década de 1930 e o início da década de 1940, o Presídio do
Hipódromo rapidamente tornou-se conhecido da população paulistana. Inicialmente, o espaço abrigava pessoas detidas por crimes comuns, como furtos e roubos, e também por crimes mais graves, como homicídios. Mais tarde, passou a receber também mulheres em situação de prostituição. Em razão de sua precariedade estrutural e da superlotação, ficou conhecido como um verdadeiro depósito de presos.
A situação do presídio agravou-se no final dos anos 1960, quando passou a receber também presos políticos durante o regime militar. Já no início dos anos 1970, o Presídio do Hipódromo havia se transformado em um dos aparatos da repressão política. Segundo depoimentos de ex-detentos, a administração da época mantinha ligações com o chamado “Esquadrão da Morte”, e não eram raros os episódios de violência e chacinas.
Com o fechamento do Presídio Tiradentes, em 1973, o Hipódromo recebeu ainda mais
prisioneiros, agravando o quadro de insalubridade. As celas chegaram a abrigar entre 15 e 20 presos em condições degradantes. Apenas com a promulgação da Lei da Anistia, em 1979, cessou a presença de presos políticos em suas dependências.
Em 1986, o Decreto Estadual nº 24.789 alterou sua denominação para Cadeia Pública
do Hipódromo e transferiu sua administração para a Secretaria de Justiça. Mesmo assim, o local permaneceu em condições precárias até seu fechamento definitivo, ocorrido em 1995.
Em 2003, anunciou-se que o edifício seria reformado para abrigar uma escola
profissionalizante vinculada à Fundação do Bem-Estar do Menor, antiga (Febem), com
investimento de R$ 1,3 milhão. O projeto, porém, jamais foi concretizado, e o espaço acabou servindo apenas como unidade da Fundação Casa, até seu fechamento final em 2021. Desde então, encontra-se abandonado.
O prédio também se tornou cenário de diversas produções audiovisuais, como o premiado filme “O Beijo da Mulher Aranha”, além de novelas e séries da TV Record, TV Globo e Netflix. Clipes musicais de artistas como Gloria Groove e Supla também foram gravados em suas dependências.
Entretanto, o imóvel encontra-se sob risco. O governo do Estado de São
Paulo alienou a área de 4,4 mil metros quadrados por R$ 11,1 milhões, valor inferior à metade do estimado de mercado (cerca de R$ 28 milhões). O comprador é a empresa Veritas Capital, que não apresentou plano público de uso para o local. Provavelmente o imóvel vai ser demolido e virar mais um prédio de micro-apartamentos sem garagem... Trecho de texto da Câmara Municipal de São Paulo adaptado para o blog.
Localizado na rua do Hipódromo, 600, Brás.
Nota do blog 1: Na imagem 1, o local funcionava como posto da assistência policial do Brás. As demais imagens são da época do Presídio do Hipódromo.
Nota do blog 2: Data e autoria, quando obtidas, nas imagens.



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