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Escola Industrial Paulino Botelho / Atual ETEC Paulino Botelho, São Carlos, São Paulo, Brasil

  • Foto do escritor: Fotografia e Nostalgia
    Fotografia e Nostalgia
  • 15 de mai.
  • 5 min de leitura

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Escola Industrial Paulino Botelho / Atual ETEC Paulino Botelho, São Carlos, São Paulo, Brasil

São Carlos - SP

Fotografia


A Escola Industrial Paulino Botelho foi fundada no dia 13 de maio de 1932, cerca de dois meses antes da deflagração da Guerra Civil Paulista ou Revolução Constitucionalista.

E apesar da data de inauguração, já estava funcionando desde março daquele ano.

Dois eventos marcaram a inauguração oficial da escola: o primeiro foi a visita do professor Horácio Silveira, diretor da Escola Profissional Feminina de São Paulo e responsável pela organização da Escola Profissional de São Carlos; o segundo foi a realização da primeira fundição de ferro na escola. Os festejos de inauguração terminaram naquela noite com um jantar no São Carlos Tênis Clube.

Ao longo desta trajetória, a conhecida Escola Industrial formou dezenas de milhares de profissionais para trabalharem em empresas como Tecumseh, Electrolux, Volkswagen, Engemasa e tantas outras ao longo de décadas.

O espelho da Escola Industrial de São Carlos foi a Escola Técnica de São Paulo, criada em 1910 pelo governo federal na capital do Estado.

Houve uma discussão na Câmara Municipal da cidade para a criação de uma escola profissional nesse mesmo ano. Embora um grupo defendesse a instalação, argumentando que a indústria estava em franco desenvolvimento e que, devido a isso, escolas profissionais estavam sendo criadas em grandes centros urbanos, a ideia da criação desse tipo de escola em São Carlos foi rejeitada.

Nessa época o café era tão forte e a indústria tão incipiente que uma escola profissional nessas condições não ultrapassaria os limites do assistencialismo, ou seja, seria uma escola para encaminhar os meninos mais pobres da cidade a um ofício.

A escola que melhor correspondia às necessidades da elite cafeeira são-carlense, cuja prosperidade econômica e prestígio político já eram evidentes, era uma escola nos moldes europeus, humanista tradicional, de cultura geral, voltada à formação das moças bem nascidas e destinadas a se tornarem esposas e mães cristãs.

Assim, surge em 1911 a Escola Normal de São Carlos, que na época foi tão importante para a cidade e região como seria a criação da Escola de Engenharia da USP na década de 50.

Já em 1930, reflete-se na cidade o novo clima de efervescência presente no Estado de São Paulo favorável à industrialização. Nesse clima, ressurge, dessa vez com mais vigor, a proposta de criação de uma escola profissional.

Dentro do período 1910-1930 ocorre uma diversificada atividade industrial, constituída principalmente de pequenas empresas, muitas vezes funcionando nas próprias residências, com equipamentos rústicos.

Três fatores importantes geraram esse desenvolvimento industrial: a chegada da energia elétrica, em 1907 (trata-se da primeira usina elétrica do Estado), a presença da ferrovia (São Paulo Railway), em 1908, e a presença intensa de imigrantes em diversas atividades.

Já em 1926 surge a fábrica de lápis, fundada por iniciativa de Germano Fehr, considerada um marco na passagem da economia cafeeira para a industrialização, que passa a produzir bens de consumo não diretamente ligados àquela economia.

Alguns anos depois, acontece a derrocada da economia cafeeira com a crise da Bolsa de Nova York em 1929, o que vem a impulsionar o desenvolvimento industrial, um caminho mais seguro e promissor para a cidade e a região.

E com essa industrialização crescente, cada vez mais eram necessários técnicos especializados para o trabalho.

O processo de criação estendeu-se por quatro anos, de 1929 a 1932.

Faltava, porém, decisão política para a concretização de uma escola para a formação desses profissionais. A Lei Estadual nº 1709, de 27 de dezembro de 1919, determinara a criação de duas escolas profissionais na capital e de cinco no interior.

Os políticos da cidade almejavam uma dessas cinco, mas para concretizá-la era preciso obedecer a um dispositivo dessa lei que encarregava o município de prover um prédio adequado à instalação da escola e doá-lo ao Estado.

Havia na cidade um prédio construído por um grupo de médicos que pretendiam abrir uma Casa de Saúde. Como o empreendimento não vingou, o prédio ficou inacabado e, em 1929, o médico Serafim Vieira de Almeida, um dos médicos proprietários, secretário da Câmara Municipal e do partido do prefeito (botelhista), doou sua cota de participação na sociedade médica à Prefeitura, que por sua vez adquiriu as parcelas dos demais cotistas e terminou a construção do prédio, adequando-o a uma escola profissional e doando-o ao Estado (informação importante, o prefeito da época era Paulino Botelho de Abreu Sampaio).

Antes mesmo da lei que possibilitou a escola em São Carlos, ela tinha o nome de Escola Profissional "Dr. Júlio Prestes".

No ano da autorização do funcionamento da escola profissional em São Carlos, o jornal "O Correio de São Carlos" (de 15/02/1930) rejubila-se ao divulgar sua instalação na cidade: "A Escola Profissional de São Carlos prepara para a luta da vida afeita ao trabalho centenas de crianças e jovens, especialmente os filhos dos proletários sem recursos financeiros para seguirem um curso superior."

Os primeiros cursos para os homens foram Eletrotécnica, Fundição e Motorista; para as mulheres ("visava dar à moça uma profissão com a qual possa ganhar a vida e, ao mesmo tempo, para que se torne no futuro uma boa dona de casa.") Economia Doméstica, Puericultura e Arte Culinária.

Prevista para ser inaugurada em fevereiro de 1931, devido à Revolução de 1930 começaria a funcionar apenas em março de 1932 e não teve as habituais solenidades de inauguração.

Trajetória da instituição:

13/02/1930: Antes mesmo da lei que estabeleceria a instalação de uma escola profissional em São Carlos, chamava-se Escola Profissional Mista Dr. Júlio Prestes (Decreto nº 4694);

13/05/1932: Data oficial da criação da escola, denominava-se Escola Profissional Mista;

13/01/1943: A escola passa a chamar-se Escola Industrial de São Carlos (Decreto nº 11.314);

01/081949: A Lei nº 401 muda o nome para Escola Industrial Paulino Botelho;

16/12/1952: Outra lei, a de nº 1969, denomina-a Escola Técnica Paulino Botelho;

18/02/1965: Novo decreto, o de nº 4453, altera seu nome para Ginásio Industrial Estadual Paulino Botelho (GIE);

23/07/1970: O Decreto nº 52.499 criou o segundo ciclo e passa a se chamar Colégio Técnico Industrial Paulino Botelho;

03/12/1974: Por força da Lei nº 533, passa a chamar Escola Estadual de Segundo Grau Aracy Leite Pereira Lopes, nome que durou apenas um ano;

21/01/1976: Resolução da Secretaria do Estado da Educação de nº 13, denomina a escola de Centro Estadual Interescolar Paulino Botelho;

28/01/1978: O DOE publica o Decreto nº 7.400/75 alterando o nome para Escola Estadual de Segundo Grau Paulino Botelho;

21/06/1985: O Decreto nº 23.544/85 e Resolução da Secretaria da Educação nº 120, publicado no DOE de 22/06/1985, denomina-a de Escola Técnica Estadual Paulino Botelho;

Finalmente, em 1993, o Decreto nº 37.735 transfere a instituição para o âmbito da Secretaria Estadual da Ciência e Tecnologia, sob responsabilidade do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza. Texto de Marco Rogério / São Carlos Agora adaptado para o blog.

Localizada na rua Marechal Deodoro, 3183, Vila Nery.

Nota do blog: Data 2025 / Crédito para Jaf.


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