Chrysler Neon, Estados Unidos
- Fotografia e Nostalgia

- 23 de mai.
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Chrysler Neon, Estados Unidos
Fotografia
Quem ouve falar em Plymouth, Dodge e Chrysler imediatamente associa as três marcas norte-americanas a enormes e pesados sedãs, sempre impulsionados por motores de seis e oito cilindros. O que nem todos sabem é que as três compartilharam um dos projetos mais racionais e eficientes da década de 1990: o Neon.
A primeira aparição do Neon ocorreu no Salão de Detroit de 1991: era um carro-conceito com carroceria três volumes, quatro portas deslizantes, teto solar de tecido, vidro traseiro retrátil, porta-malas basculante e um motor dois tempos de três cilindros, 1,1 litro e 100 cv. Sua característica mais marcante eram os faróis redondos.
O Neon era tão importante para o futuro da Chrysler que mereceu atenção especial do CEO Lee Iacocca, do presidente Bob Lutz e do vice-presidente de design Tom Gale. A versão final foi uma das estrelas do Salão de Frankfurt de 1993 e entrou em produção já no ano seguinte, mantendo os faróis redondos que definiram sua personalidade.
Ele foi vendido no mercado norte-americano sob duas marcas diferentes: a popular Plymouth e a intermediária Dodge. A versão de exportação por sua vez recebia sempre a marca Chrysler. A concorrência era forte em qualquer mercado: Chevrolet Cavalier, Ford Escort, Saturn SL, Honda Civic, Toyota Corolla e Nissan Sentra.
Bem resolvida, a plataforma PL tinha baixo custo de produção sem comprometer a qualidade construtiva. As suspensões eram independentes nas quatro rodas, com sistema McPherson no eixo dianteiro e multibraços no eixo traseiro. O conjunto era perfeito para o motor de quatro cilindros em linha, 2 litros, 16 válvulas (com comando simples) e 132 cv.
O Neon era o modelo mais potente entre os compactos e um dos mais leves (cerca de 1.100 kg). As três primeiras marchas do câmbio manual eram escalonadas para acelerar de 0 a 96 km/h em 8,4 segundos. O bom coeficiente aerodinâmico e as relações longas de quarta e quinta marchas fizeram a velocidade máxima ser limitada eletronicamente a 190 km/h.
A versão de exportação recebia o motor EBD de 1,8 litro e 115 cv. O carisma do modelo era realçado pela oferta de tonalidades pouco discretas de vermelho, azul e verde. Apesar do sucesso, os proprietários reclamavam dos freios traseiros a tambor e da pequena abertura das janelas traseiras nos modelos de quatro portas.
Inicialmente restrita a membros do Sports Car Club of America, a versão ACR (American Club Racer) recebeu um motor de 2 litros com duplo comando e 150 cv. Acelerava de 0 a 96 km/h em 7,6 segundos e sua dinâmica melhorava com freios a disco nas quatro rodas e suspensão recalibrada. Superava os 200 km/h graças à eliminação do limitador de velocidade.
Uma das novidades da Dodge para o modelo 1998, foi a exclusiva versão R/T, mantendo a base da versão ACR e adicionando faixas longitudinais na carroceria, em alusão ao Dodge Viper GTS. Para manter sua competitividade, uma nova geração do Neon estreou em 2000, agora oferecida apenas com a carroceria de quatro portas.
Os faróis redondos permaneceram, mas o interior foi completamente desenhado. O fim da divisão Plymouth, em 2001, permitiu ao Neon receber uma nova grade com a identidade visual da linha Dodge. Apresentada em 2003, a esportiva SRT-4 ganhou o motor EDV de 2,4 litros com turbo e 215 cv para acelerar de 0 a 96 km/h em 5,6 segundos: era capaz de acompanhar o esportivo Viper em percursos bem sinuosos.
Rebatizado como Dodge SRT-4 em 2004, o modelo vendeu muito além do esperado, mas não o suficiente para manter a popularidade do Neon. Em setembro de 2005, a última unidade deixou a fábrica de Belvidere, Illinois, encerrando uma carreira coroada por mais de 2 milhões de unidades comercializadas em dez anos de produção: o Neon foi decisivo para salvar a Chrysler na virada do milênio.
Nos EUA, foi sucedido pelo Dodge Caliber, uma estranha mistura de hatch, perua e crossover. Curiosamente, o Dodge Neon retornaria em 2017, destinado ao México e Oriente Médio: a nova encarnação do sedã nada mais era do que uma variação do Fiat Tipo produzido pela então Fiat Chrysler Automobiles na Turquia.
Ficha técnica do Plymouth Neon Sport Coupe 1995 (carro mostrado nas imagens):
Motor: transversal, 4 cilindros em linha, 1998 cm3, alimentado por injeção eletrônica;
Potência: 132 cv a 6000 rpm;
Torque: 17,8 kgfm a 5000 rpm;
Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira;
Carroceria: fechada, 2 portas, 5 lugares;
Dimensões: comprimento 436 cm, largura 170 cm, altura 139 cm, entre-eixos 264 cm, peso 1106 kgs;
Pneus: 185/65 R14; Texto de Felipe Bitu / Quatro Rodas.
Nota do blog 1: Foi o primeiro carro automático que dirigi por tempo razoável (cerca de 20 dias), durante uma viagem de turismo que fiz para os Estados Unidos. A versão que aluguei era o Dodge Neon, achei um carro gostoso de dirigir, com bom desempenho e confortável. E, diferente do mostrado nas imagens (que era comercializado sob a marca Plymouth, destinado a um público que opta por carros mais básicos), o Dodge que aluguei tinha bancos de couro.
Nota do blog 2: Data e autoria das imagens não obtidas.



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